Páginas

20.6.09

O maior susto


O tempo passava, e a gravidez corria sobre rodas, estava tudo lindamente, não tinha enjoos, nem desejos, dormia lindamente. Estava era a ficar gordinha, mas qual é a gravida que não fica?

 Era terça-feira tinha acabado de almoçar o J. estava para sair para trabalhar, quando o meu telefone toca. Era a minha ginecologista.

 O resultado do rastreio pré-natal tinha-lhe chegado as mãos, não trazia boas notícias. Quando ouvi a voz dela fiquei logo inquieta, e se tinha motivos para isso.

 "Carolina, recebi o resultado do seu rastreio pré-natal, infelizmente não tenho boas notícias para lhe dar, mas nem tudo esta perdido. O seu rastreio deu positivo e diz-nos que existe um risco aumentado para Síndrome de Down. ". -  enquanto a ouvia as lágrimas caiam-me pela cara abaixo sem me conseguir controlar.

 O mundo estava a desabar em cima de mim. Ela apercebeu-se de como fiquei e tentou consolar-me.
 
"Não chore, o seu rastreio deu positivo, mas um rastreio positivo indica um risco aumentado para uma gestação com Sindróme de Down ou com defeito aberto do tubo neural. Mas a maioria das mulheres com resultado positivo no rastreio não tem uma gestação afetada.". - Mesmo assim não consegui parar de chorar, ela continuou "Carolina, mesmo sem falar consigo, mexi os cordelinhos e marquei-lhe uma amniocentese para amanhã no hospital as nove da manhã, com o Dr. Portugal. Marquei mesmo sem a consultar, porque se a quiser fazer, ao que eu aconselho, não pode passar de amanhã, os resultados demoram por volta de 15 dias e o aborto nestes casos só é permitido até aos cinco meses, e a Carolina está quase a completa-los", -  não sabia o que fazer estava em estado de choque, esperava qualquer notícia menos aquela.

 A Dr.ª desejou-me boa sorte e desligou. Tinha que ir a Viseu ao consultório dela buscar o resultado do rastreio para ao outro dia ir fazer a amniocentese.

 O J. tentou-me acalmar, mas não conseguia parar de chorar.

Sem comentários: