O tempo passava, e a gravidez corria sobre rodas,
estava tudo lindamente, não tinha enjoos, nem desejos, dormia lindamente.
Estava era a ficar gordinha, mas qual é a gravida que não fica?
Era terça-feira tinha acabado de almoçar
o J. estava para sair para trabalhar, quando o meu telefone toca. Era a
minha ginecologista.
O resultado do rastreio pré-natal
tinha-lhe chegado as mãos, não trazia boas notícias. Quando ouvi a voz dela
fiquei logo inquieta, e se tinha motivos para isso.
"Carolina, recebi o
resultado do seu rastreio pré-natal, infelizmente não tenho boas notícias para
lhe dar, mas nem tudo esta perdido. O seu rastreio deu positivo e diz-nos que
existe um risco aumentado para Síndrome de Down. ". - enquanto
a ouvia as lágrimas caiam-me pela cara abaixo sem me conseguir controlar.
O mundo estava a desabar em cima de mim.
Ela apercebeu-se de como fiquei e tentou consolar-me.
"Não
chore, o seu rastreio deu positivo, mas um rastreio positivo indica um risco
aumentado para uma gestação com Sindróme de Down ou com defeito aberto do tubo
neural. Mas a maioria das mulheres com resultado positivo no rastreio não tem
uma gestação afetada.". - Mesmo assim não consegui
parar de chorar, ela continuou "Carolina, mesmo sem falar consigo,
mexi os cordelinhos e marquei-lhe uma amniocentese para amanhã no hospital as
nove da manhã, com o Dr. Portugal. Marquei mesmo sem a consultar, porque se a
quiser fazer, ao que eu aconselho, não pode passar de amanhã, os resultados
demoram por volta de 15 dias e o aborto nestes casos só é permitido até aos
cinco meses, e a Carolina está quase a completa-los", - não
sabia o que fazer estava em estado de choque, esperava qualquer notícia menos
aquela.
A Dr.ª desejou-me boa sorte e desligou.
Tinha que ir a Viseu ao consultório dela buscar o resultado do rastreio para ao
outro dia ir fazer a amniocentese.
O J. tentou-me acalmar, mas não
conseguia parar de chorar.
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